Tenho uma semana por mês que surto: um dia choro, no outro me descabelo, no segundo bebo a caixa d'água, no terceiro como a geladeira inteira, no quinto eu incho e pareço um baiacu, no sexto eu fico tão cansada que pareço um zumbi e no sétimo acontece o milagre vermelho! Aí eu fico mais quase uma semana me sentindo podre, ruim, cansada, principalmente nesse calor infernal. Sem contar que nessa uma semana de TPM eu ainda consigo me bater em diferentes locais, me machucar em qualquer oportunidade que o azar joga! Resultante disso no momento são os arranhões na mão direita e o roxo na mão esquerda, que não sei daonde vieram.
Nesses dias (e nos outros também) eu fico com uma puta raiva desse mundinho machista. A gente precisa sofrer com a depilação uma vez por mês e arrancar pelinhos com cera (que é a sensação mais agradável do mundo). Precisamos estar sempre lindas, cheirosas, felizes, sorridentes, alegres. Que merda hein?! Não podemos ter chulé nem ce-cê (famosa asa aqui no Sul). As unhas tem de estar feitinhas; precisamos usar brincos, brilho, rímel, blush, o diabo-a-quatro.
Quem disse que precisamos? É, eu sei que ninguém me disse isso, mas se você é mulher, experimenta não se depilar dois meses seguidos, não fazer as unhas, não arrumar o cabelo nem passar perfuminho. E se você é homem, imaginou alguém assim? Pois é...
Além dessa futilidade toda ainda precisamos ser mães, estudantes, namoradas, amigas, e safadas na cama. Ah, pára né?! Desse jeito todas as mulheres terão distúrbios mentais com tantas personalidades... Precisamos estudar e sermos mulheres capazes de nos susternar, já que hoje em dia homem não sustenta mais a mulher (generalizando, claro).
Puta azar eu fui ter em nascer nos anos 90. Deveria ter nascido no mínimo nos anos 60 para curtir um Beatles, um iê-iê-iê nos bailes que acabavam às 8h da noite e no máximo me preocupar com os vestidos acinturados!
Mas tudo bem, já me acostumei com o martírio. Mas às vezes dá uma vontade enorme de ter nascido homem pra não me preocupar com todas essas coisas. Ou no mínimo, nunca ter precisado virar mulher, já que meninas são mais tranquilas (não hoje em dia, mas isso é outro papo).