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domingo, 24 de março de 2013
palavras dos outros: tílburi de praça, raul pompéia
"- Meu senhor, o coração dessa mulher é uma coisa complicada. Não se pode estudar e definir de uma só maneira, mas, no ponto da sua consulta, eu creio que não erra, com esta exposição da minha experiência. Há corações fechados que são como portas de que se perde a chave. Ninguém lhes entra, sem que um milagre da sorte ensine como. Então, é a imensa ventura. Há corações de uma só porta, como as casas seguras, onde a gente entra, sem custa, instala-se, faz família dentro, e aí chega a netos tranquilamente. Há corações de duas portas, que dão entrada a um afeto pela frente, diante da indiscreção da Candinha e seus filhos. O segrêdo dêstes amôres de acôrdo é possível, mas às vêzes, mesmo em segrêdo êles são felizes. Há corações hotéis, onde todo mundo entra, escandalosamente, quase simultâneamente, pagando à parte seu cômodo, sem grande intriga, nem ciúmes. Há corações bodegas, que é um horror... Mas há uma espécie curiosa de coração, um produto das sociedades desenvolvidas, para a qual lhe chamo a atenção – é o coração volante, o coração rodante, que aceita amor, mas que não fixa, daqui para ali, a tanto por hora, a tanto por mês, o coração tílburi de praça, que aceita o passageiro em qualquer canto, que dobra esquina, que corre, que pára, que vem, que desaparece, que passa pela gente, às vêzes, juntinho, sem que se possa ver quem vai dentro..."
do livro Maravilhas do Conto Brasileiro.
terça-feira, 13 de novembro de 2012
palavras dos outros: soneto da mulher ideal
"Uma mulher tem que ter
Qualquer coisa além de beleza
Qualquer coisa de triste
Qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente saudade
Um molejo de amor machucado
Uma beleza que vem da tristeza
De se saber mulher
Feita apenas para amar
Para sofrer pelo seu amor
E pra ser só perdão"
Qualquer coisa além de beleza
Qualquer coisa de triste
Qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente saudade
Um molejo de amor machucado
Uma beleza que vem da tristeza
De se saber mulher
Feita apenas para amar
Para sofrer pelo seu amor
E pra ser só perdão"
(Vinicius de Moraes)
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
palavras dos outros: nozes
"ela: sua persona online era fofa e romântica e sonhadora mas, na vida offline, era cínica, não acreditava no amor, não queria compromisso.
ele: sua persona online era irascível e mordaz e rabugenta mas, na vida offline, era meigo, doce, queria colo.
se amaram."
ele: sua persona online era irascível e mordaz e rabugenta mas, na vida offline, era meigo, doce, queria colo.
se amaram."
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
palavras dos outros: medo de você
"— E você, por que desvia o olhar?
(Porque eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos castanhos certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus olhos para amarra-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor. Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos.)
— Ah. Porque eu sou tímida."
(Porque eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos castanhos certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus olhos para amarra-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor. Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos.)
— Ah. Porque eu sou tímida."
(Rita Apoena)
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
palavras dos outros: Deleuze sobre a fidelidade (ou amizade, ou amor)
"A amizade. Por que se é amigo de alguém? Para mim, é uma questão de percepção. É o fato de... Não o fato de ter idéias em comum. O que quer dizer “ter coisas em comum com alguém”? Vou dizer banalidades, mas é se entender sem precisar explicar. Não é a partir de idéias em comum, mas de uma linguagem em comum, ou de uma pré- linguagem em comum. Há pessoas sobre as quais posso afirmar que não entendo nada do que dizem, mesmo coisas simples como: “Passe-me o sal”. Não consigo entender. E há pessoas que me falam de um assunto totalmente abstrato, sobre o qual posso não concordar, mas entendo tudo o que dizem. Quer dizer que tenho algo a dizer-lhes e elas a mim. E não é pela comunhão de idéias. Há um mistério aí. Há uma base indeterminada... É verdade que há um grande mistério no fato de se ter algo a dizer a alguém, de se entender mesmo sem comunhão de idéias, sem que se precise estar sempre voltando ao assunto. Tenho uma hipótese: cada um de nós está apto a entender um determinado tipo de charme. Ninguém consegue entender todos os tipos ao mesmo tempo. Há uma percepção do charme. Quando falo de charme não quero supor absolutamente nada de homossexualidade dentro da amizade. Nada disso. Mas um gesto, um pensamento de alguém, mesmo antes que este seja significante, um pudor de alguém são fontes de charme que têm tanto a ver com a vida, que vão até as raízes vitais que é assim que se torna amigo de alguém. Vejamos o exemplo de frases! Há frases que só podem ser ditas se a pessoa que as diz for muito vulgar ou abjeta. Seria preciso pensar em exemplos e não temos tempo. Mas cada um de nós, ao ouvir uma frase deste nível, pensa: “O que acabei de ouvir? Que imundicie é essa?” Não pense que pode soltar uma frase destas e tentar voltar atrás, não dá mais. O contrário também vale para o charme. Há frases insignificantes que têm tanto charme e mostram tanta delicadeza que, imediatamente, você acha que aquela pessoa é sua, não no sentido de propriedade, mas é sua e você espera ser dela. Neste momento nasce a amizade. Há de fato uma questão de percepção. Perceber algo que lhe convém, que ensina, que abre e revela alguma coisa."
"As pessoas só têm charme em sua loucura, eis o que é difícil de ser entendido. O verdadeiro charme das pessoas é aquele em que elas perdem as estribeiras, é quando elas não sabem muito bem em que ponto estão. Não que elas desmoronem, pois são pessoas que não desmoronam. Mas, se não captar aquela pequena raiz, o pequeno grão de loucura da pessoa, não se pode amá-la. Não pode amá-la. É aquele lado em que a pessoa está completamente... Aliás, todos nós somos um pouco dementes. Se não se captar o ponto de demência de alguém... Ele pode assustar, mas, quanto a mim, fico feliz de constatar que o ponto de demência de alguém é a fonte de seu charme."
Já sei o que dizer quando me perguntarem de novo "por que você gosta dessa pessoa?!"
"As pessoas só têm charme em sua loucura, eis o que é difícil de ser entendido. O verdadeiro charme das pessoas é aquele em que elas perdem as estribeiras, é quando elas não sabem muito bem em que ponto estão. Não que elas desmoronem, pois são pessoas que não desmoronam. Mas, se não captar aquela pequena raiz, o pequeno grão de loucura da pessoa, não se pode amá-la. Não pode amá-la. É aquele lado em que a pessoa está completamente... Aliás, todos nós somos um pouco dementes. Se não se captar o ponto de demência de alguém... Ele pode assustar, mas, quanto a mim, fico feliz de constatar que o ponto de demência de alguém é a fonte de seu charme."
Já sei o que dizer quando me perguntarem de novo "por que você gosta dessa pessoa?!"
✖ O Abecedário de Gilles Deleuze, transcrito todinho. Pra baixar em pdf aqui. ✖
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
palavras dos outros: senhas
"Eu gosto dos que têm fome
Dos que morrem de vontade
Dos que secam de desejo
Dos que ardem..."
Achei tão bonito :)
Dos que morrem de vontade
Dos que secam de desejo
Dos que ardem..."
Achei tão bonito :)
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
palavras dos outros: felicidade realista
"De norte a sul, de leste a oeste, todo mundo quer ser feliz. Não é tarefa das mais fáceis. A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.
Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica, a bolsa Louis Vitton e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito.
É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Por que só podemos ser felizes formando um par, e não como ímpares? Ter um parceiro constante não é sinônimo de felicidade, a não ser que seja a felicidade de estar correspondendo às expectativas da sociedade, mas isso é outro assunto. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com três parceiros, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.
Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.
Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um game onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo."
Pesquisei, pesquisei e fiquei na dúvida se é mesmo da Martha Medeiros.
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
palavras dos outros: las palabras feas más bonitas
"Leí un libro en el que se decía que en una encuesta sobre las palabras
más bonitas del español había resultado ganadora Cristal. Me quedé
pensando si compartía o no esa elección. Hasta ese momento nunca había
hecho una reflexión-elección de ese tipo con mi idioma. Al ser mi lengua
materna y de uso cotidiano y normal nunca había reparado, en realidad,
en su belleza estética. En el juego de la combinación de sus letras al
ser pronunciadas más en unas que en otras. En separar concepto de
estética. Entonces empecé a repetir: cristal... cristal... cristal...
cris...tal... Y vi una nueva palabra. Y redescubrí mi lengua, mi idioma y
su belleza. Adquirí verdadera conciencia de la vida propia de cada
vocablo y de la vida que cobra en nuesta boca y nuestros labios cada vez
que los pronunciamos. Unas con más gracia que otras, claro."
Luisa e Mac me passaram faz tempo já. Daqui.
Luisa e Mac me passaram faz tempo já. Daqui.
quarta-feira, 25 de julho de 2012
6 pausas aleatórias para leitura que você deveria fazer
1) Blog Almanaque.
"Folheto ou livro que, além do calendário do ano, traz diversas indicações úteis, poesias, trechos literários, anedotas, curiosidades etc. (Houaiss). Do árabe al-munákh, "lugar onde o camelo se ajoelha", ponto de encontro e de conversa dos beduínos. Repertório, endimião, camião, sarrabal.
E como já dizia Roland Barthes, tudo aqui deve ser considerado como dito por um personagem de romance."
2) Já Matei por Menos
"Gerações de paquitas e remanescentes do movimento emo sentados com suas cervejas quentes no meio-fio da Augusta têm dificuldade em explicar porque insistem em usar esse corte de cabelo pouco funcional. Tufos de pelo no meio da testa… Como se a vida já não tivesse percalços o suficiente."
3) Petimentos
"Nossas vidas são abarrotadas de caminhos que deixamos de pegar; são todos pentimentos, mais ou menos encobertos: histórias que não se realizaram. Por que não se realizaram? Em geral, pensamos que nos faltou a coragem: não soubemos renunciar às coisas das quais era necessário abdicar para que outras escolhas tivessem uma chance. E é verdade que, quase sempre, desistimos de desejos, paixões e sonhos porque custamos a aceitar que nada se realiza sem perdas: por não querermos perder nada, acabamos perdendo tudo."
4) Afinidades Essenciais
"Quando a gente é muito jovem, ser amado parece ser o problema essencial da nossa existência. A gente se apaixona com tanta facilidade, e com tanta frequência, que encontrar alguém que retribua na mesma intensidade parece a parte mais difícil da vida. À medida que o tempo passa, se você for honesto com você mesmo, vai perceber que a parte difícil da vida é gostar por muito tempo de alguém."
5) Não fale com as plantas
"A tudo a gente se acostuma quando não dispõe de muita mobilidade. Mas vocês não queiram saber o que é uma voz falando e falando e falando sem que você possa empreender uma retirada leão da montanha. Ou simplesmente sair sapateando para a esquerda até estar a uns 100 quilômetros de distância."
6) A arrogância segundo os medíocres
"Essa censura intelectual me deixa irritada. Isso porque a mediocridade faz com que muitos torçam o nariz para tudo aquilo que não conhecem, mas que socialmente é considerado algo de um nível de cultura e poder aquisitivo superior. E assim você vira um arrogante. Te repudiam pelo simples fato de você mencionar algo que tem uma tarja invisível de “coisa de gente fresca”."
sexta-feira, 30 de março de 2012
livros: A Linguagem das Coisas, Deyan Sudjic
Esqueci de dizer no último post, mas já que minha única lista de coisas a fazer esse ano é uma lista de livros a ler, resolvi escrever sobre todos os que eu for lendo ao longo do ano. Já li alguns, então vou deixar programado os posts pra não ficar 5 posts um seguido do outro : )
Eis que meu pai me deu esse livro de Natal no ano passado dizendo que achava que ia ajudar no meu Projeto de Graduação, nas minhas pesquisas e coisa e tal. E como meu pai sempre acerta nos livros que me dá ou empresta, ele me deu um livro muito bom e muito útil!
O livro é sobre design e linguagem do design. A forma como ele lida com o assunto e todas as coisas faz da leitura algo muito prazeiroso e rápido – diferente de muito livro teórico por aí. Bem, a verdade é que A Linguagem das Coisas não é exatamente teórico.
Deyan Sudjic é diretor do Design Museum de Londres, ou seja, ele não é teórico, pesquisador ou designer, o que faz do seu texto até um tanto jornalístico. Ele divide o livro em cinco capítulos: linguagem, o design e seus arquétipos, luxo, moda e arte. Para entender mesmo o livro, é preciso saber o mínimo e conceitos de semiótica, porque ele usa e abusa de termos dessa teoria. Quem não entende de semiótica consegue entender o livro do mesmo jeito, mas se perdem detalhes, aquela coisa.
Para entender o que se passa no livro, vou colar umas citações que rabisquei:
"O design trata da criação de objetos anônimos produzidos em massa, por gente que passa muito tempo se preocupando com moldes para injeção, ou com o grau de curva exato necessário para arredondar os cantos da tela de um monitor. Mas também trata da criação de objetos que são bons de tocar e de usar."
"Lembre-se da convicção do designer gráfico Otl Aicher de que, se a Alemanha não gostasse tanto de maiúsculas, teria sido menos vulnerável à ascenção do fascismo."
"A arte é uma maneira de ver o mundo. Mas a moda também. Pode ser a forma mais íntima, mais pessoal e mais poderosa de comunicar tudo, desde posição militar a orientação sexual e status profissional. Pode ser democrática ou esnobe, sutil e criativa ou flagrantemente sexualizada."
"A verdade paradoxal é que a simplicidade é cara. Quase sempre é mais cara ou mais difícil do que a elaboração e a complexidade supérflua."
Para concluir, eu super recomendo a leitura. A edição é linda, encadernada, vermelho-sangue na capa, a fonte é gostosa de ler. Só me irrita ser em papel couchê brilhante. Eita coisa irritante!
Lido em fevereiro de 2012
sexta-feira, 23 de março de 2012
livros: One Day, David Nicholls
Eu amo a Anne Hathaway desde O Diabo Veste Prada. Acho ela linda, engraçada e a maioria dos filmes que ela fez são uma graça! Aí vi alguém falando do "novo" dela, o tal de One Day. Assisti antes de saber que ele era baseado num livro. Acabei comprando o livro, em inglês mesmo, numa ida frustante à livraria (consegui um livro na terceira tentativa de que ele não teria acabado).
E não é que o livro é tão bom (quiçá melhor que) quanto o filme?
A história é sobre um casal, a Emma e o Dexter. Tudo começa em 15 de julho de 1988, dia do Saint Swithin, e o livro conta o que acontece todo dia 15 de julho durante 20 anos. Claro que o autor é super inteligente na criação desses capítulos, por que de que outra maneira todo 15 de julho seria tão interessante? Mas acho que esse é um dos pontos bacanas da leitura. Mesmo lendo em inglês, o livro foidocemente devorado por mim!
"Enough of this. 'Ian, don't do that,' she said sharply.
'What?'
'Slip into your act. You don't have to, you know.' He looked hurt, and she regretted her tone, leaning across the table to take his hand. 'I just think you have to be observing all the time, or riffing or quipping or punning. It's not improv, Ian, it's just, you know, talking and listening.'
'Sorry, I–'
'Oh, it's not just you, it's men in general, all of you doing your number all the time. God, what I'd give for someone who just talked and listened!' She was aware of saying too much, but momentum carried her on. 'I just can't work out why it's necessary. It's not an audition.'
'Except it sort of is, isn't it?'
'Not with me. Is doesn't have to be.'
'Sorry.'
'And don't keep apologising either.'
'Oh. Okay.'
Os personagens são o foco principal, obviamente. As mudanças e como eles lidam com elas, quase sempre com suas histórias em paralelo, às vezes uma sendo um contraponto da outra e, outras vezes, sendo a mesma.
Em é uma garota linda, competente, inteligente e divertida, mas não reconhece nenhuma dessas qualidades em si mesma por uma falta total de auto-confiança. Do outro lado, Dex tem de sobra a confiança que Em não tem. Ela vai aos poucos se descobrindo, se enfrentando.
O final eu não vou contar, né?
E não é que o livro é tão bom (quiçá melhor que) quanto o filme?
A história é sobre um casal, a Emma e o Dexter. Tudo começa em 15 de julho de 1988, dia do Saint Swithin, e o livro conta o que acontece todo dia 15 de julho durante 20 anos. Claro que o autor é super inteligente na criação desses capítulos, por que de que outra maneira todo 15 de julho seria tão interessante? Mas acho que esse é um dos pontos bacanas da leitura. Mesmo lendo em inglês, o livro foi
"Enough of this. 'Ian, don't do that,' she said sharply.
'What?'
'Slip into your act. You don't have to, you know.' He looked hurt, and she regretted her tone, leaning across the table to take his hand. 'I just think you have to be observing all the time, or riffing or quipping or punning. It's not improv, Ian, it's just, you know, talking and listening.'
'Sorry, I–'
'Oh, it's not just you, it's men in general, all of you doing your number all the time. God, what I'd give for someone who just talked and listened!' She was aware of saying too much, but momentum carried her on. 'I just can't work out why it's necessary. It's not an audition.'
'Except it sort of is, isn't it?'
'Not with me. Is doesn't have to be.'
'Sorry.'
'And don't keep apologising either.'
'Oh. Okay.'
Os personagens são o foco principal, obviamente. As mudanças e como eles lidam com elas, quase sempre com suas histórias em paralelo, às vezes uma sendo um contraponto da outra e, outras vezes, sendo a mesma.
Em é uma garota linda, competente, inteligente e divertida, mas não reconhece nenhuma dessas qualidades em si mesma por uma falta total de auto-confiança. Do outro lado, Dex tem de sobra a confiança que Em não tem. Ela vai aos poucos se descobrindo, se enfrentando.
O final eu não vou contar, né?
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
pra lembrar porque o Machado de Assis é genial
do Dom Casmurro, edição novinha e linda da Saraiva de Bolso:
pág 14~15:
"Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente. Se só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo. (...)
Entretanto, vida diferente não quer dizer vida pior; é outra cousa. A certos respeitos, aquela vida antiga aparece-me despida de muitos encantos que lhe achei; mas é também exato que perdeu muito espinho que a fez molesta, e, de memória, conservo alguma recordação doce e feiticeira."
pág 14~15:
"Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente. Se só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo. (...)
Entretanto, vida diferente não quer dizer vida pior; é outra cousa. A certos respeitos, aquela vida antiga aparece-me despida de muitos encantos que lhe achei; mas é também exato que perdeu muito espinho que a fez molesta, e, de memória, conservo alguma recordação doce e feiticeira."
sábado, 10 de setembro de 2011
um livro do acaso #2
"Não encontrei no edifício do pensamento nenhuma categoria sobre a qual descansar a minha cabeça. Em compensação, que travesseiro o caos!"
Silogismos da Amargura - Cioran
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
pelo direito de não estar bem
como diria Tom Jobim: "tristeza não tem fim, felicidade sim". mas, sempre vai ter alguém que vai dizer "vamos lá com a gente que você vai ficar bem", ou "faz isso que melhora". mas às vezes nada nos faz melhorar. e aí? será que não é bom sofrer um pouco? ficar triste? chorar? eu gosto.
e estar feliz o tempo todo deve ser muito chato! não sofrer, não aprender com as quedas, estar sempre de bem com tudo, na calmaria... eita coisa mais insuportável! sou a favor dos dias tristes e cinzas, porque sem eles não haveria graça nos dias lindos de sol.
mas o que faz a gente estar nessa busca incessante rumo à felicidade? "porque há inevitavelmente uma parte de "sofrido", de inconsciente, de incontrolável na experiência da felicidade, sou menos eu que a escolho do que ela me escolhe. Uma espécie de estado de graça, "vem quando quer, não quando eu quero". (...) O homem prometéico se parece sempre com um anão sentado sobre ombros de gigante: resta-nos viver com a consciência de que a felicidade é o incontrolável, fugidio, imprevisível, intransponível enigma de hoje e, sem dúvida, de amanhã." (Lipovetsky)
esse post é uma homenagem ao fim do mês de agosto: ACABA!
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
ditadura
"Se o sujeito libidinal moderno beneficia-se do afrouxamento das coerções tradicionais, não é por isso menos dirigido por novos modelos padronizados, tais como a obrigação de mostrar-se livre, chegar ao máximo do gozo, estar à altura dos padrões do desempenho erótico. Nos períodos anteriores, predominava a norma pudicícia; agora teríamos uma "liberdade imposta", uma "perseguição" inédita que nada mais é que a sexualidade e o "orgasmo obrigatório". (...)
Vocês pensavam ter conquistado a liberdade? Erro completo, visto que nossa cultura nos impõe metodicamente experimentar tudo, livrar-nos de nossos bloqueios e inibições, gozar ao máximo, tornar-nos uma espécie de atletas da libido. (...)
Foi assim que o direito ao prazer, incensado pela geração rebelde, se tornou intimação, uma "corvéia", uma espécie de produtivismo do gozo, análogo em seu princípio àquele que ordena o mundo industrial."
Vocês pensavam ter conquistado a liberdade? Erro completo, visto que nossa cultura nos impõe metodicamente experimentar tudo, livrar-nos de nossos bloqueios e inibições, gozar ao máximo, tornar-nos uma espécie de atletas da libido. (...)
Foi assim que o direito ao prazer, incensado pela geração rebelde, se tornou intimação, uma "corvéia", uma espécie de produtivismo do gozo, análogo em seu princípio àquele que ordena o mundo industrial."
domingo, 6 de março de 2011
citações pertinentes de um livro do acaso
Achei na livraria um exemplar lindo, encadernado, com a capa recoberta de tecido e impresso um padrão lindo, com aquelas fitinhas para marcar a página, verde-musgo, um luxo. O livro em questão é "O Falecido Mattia Pascal" de Luigi Pirandello, numa edição maravilhosa da coleção Clássicos da Abril Coleções, garimpado por apenas R$14,90. Me interessei mais pela maravilhosa composição gráfica do livro do que o possível conteúdo, ainda que a sinopse fosse claramente interessante. Eis que me surpreendo com várias coisas interessantes. Ei-las:
"Dependia apenas de mim: podia e devia ser o artífice do meu novo destino, já que a Sorte assim o quisera.
"Acima de tudo", dizia para mim mesmo, "cuidarei desta minha liberdade: passearei com ela por caminhos planos e sempre novos e jamais a vestirei com roupas pesadas. Fecharei os olhos e irei adiante quando o espetáculo da vida, em algum momento, apresentar-se desagradável. Procurarei de preferência as coisas que habitualmente chamamos de inanimadas e irei à procura de belas paisagens, de lugares amenos e tranquilos. Pouco a pouco, darei a mim mesmo uma nova educação, modificar-me-ei com o estudo paciente e dedicado para que possa dizer ao final que não apenas vivi duas vidas, mas que fui dois homens."" pág 102
"Dentro de nós, cada objeto costuma se transformar de acordo com as imagens que suscita e agrupa, por assim dizer, ao redor de si. Claro que podemos gostar de um objeto por ele mesmo, pelas muitas sensações agradáveis que nos proporciona, numa percepção harmoniosa, mas é bem mais frequente que o prazer que um objeto nos causa não se encontre no objeto em si. A fantasia o embeleza, envolvendo-o e iluminando-o de imagens caras. Nós não o percebemos mais como ele é, mas quase animado pelas imagens que cria em nós ou que os nossos hábitos lhe associam. No objeto, por fim, amamos o que colocamos de nós mesmos, o pacto, a harmonia que estabelecemos entre nós e ele, a alma que ele adquire somente para nós e que é constituída das nossas recordações." pág 120
"O mal da ciência, veja bem, senhor Meis, está em se ocupar apenas da vida.
- Sim - suspirei sorrindo -, já que temos de viver...
- Mas temos também de morrer! - rebatou Paleari." pág 143
"As almas têm um jeito especial de se compreender, de entrar em sintonia, de se tornar íntimas, ao passo que nossas personalidades encontram empecilhos na simples troca de palavras comuns, na escravidão das normas sociais. As almas têm suas necessidades e aspirações, que o corpo não entende quando é impossível satisfazê-las ou transformá-las em ação. Toda vez que duas pessoas se comunicam apenas com a almas, acabam por ficar sozinhas onde quer que estejam, sentem uma perturbação angustiada, quase uma repugnância violenta ao menor contato material, um sofrimento que as afasta e que acaba tão logo outra pessoa intervenha. Então, superada a angústia, as duas almas reconfortadas procuram-se e tornam a sorrir de longe." pág 161
"E o senhor Anselmo prosseguia, demonstrando que para nossa infelicidade nós não somos como a árvore que vive e não sente a si mesma, para quem a terra, o Sol, o ar, a chuva, o vento não parecem ser algo diferente dela: algo amigável ou nocivo. Nós homens, ao contrário, temos o cruel privilégio de nos sentirmos viver, o que resulta em grande ilusão: entendemos como uma realidade fora de nós esse nosso sentimento interior da vida, mutável e variável conforme os tempos, os acasos e o destino." pág 187
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
compilado de emoções
"Serei feliz, quando agir por mim
Sem querer nada no fim
Nem peso ou culpa,
Só sinceridade faz bem"
"Não se é grande sem crescer
Não se cresce sem sentir
Nada existe sem porquê, portanto"
"Você está
Desperdiçando o que era pouco
Muito pouco, quase nada
E está para acabar
Acabar"
"Busquei em vão
Identificar
Motivos para não
Querer te guardar"
"You and me, between the sheets
It just doesn't get better than this"
"I'm dying to know, what's in your head
I'm dying to know, how it all got in there
I'm dying to know, to help make some sense of it all
I'm dying to know, tell me, is it my fault?
And i care about you, darling
And i care about you
Cause i care about you, more than anyone else"
Tudo tua culpa sim.
Sem querer nada no fim
Nem peso ou culpa,
Só sinceridade faz bem"
"Não se é grande sem crescer
Não se cresce sem sentir
Nada existe sem porquê, portanto"
"Você está
Desperdiçando o que era pouco
Muito pouco, quase nada
E está para acabar
Acabar"
"Busquei em vão
Identificar
Motivos para não
Querer te guardar"
"You and me, between the sheets
It just doesn't get better than this"
"I'm dying to know, what's in your head
I'm dying to know, how it all got in there
I'm dying to know, to help make some sense of it all
I'm dying to know, tell me, is it my fault?
And i care about you, darling
And i care about you
Cause i care about you, more than anyone else"
Tudo tua culpa sim.
domingo, 2 de maio de 2010
o livro encontra a realidade, de novo
"Sim, tu amas, dizia-lhe ela, tu não fazes outra coisa há dois meses; deixaste-te envolver nos fios invisíveis; não sentiste que essa intimidade de todos os dias era a gôta d'água que te cavava o coração. Ah! tu querias saciar a curiosidade e sair dali sem deixar alguma coisa, sem receber também alguma outra coisa? Não se brinca com um inimigo; e ela o era, e continuará a sê-lo, porque tu estás definitivamente atado".
Iaiá Garcia, do meu querido Joaquim Maria, numa edição amarelada de 1955
quarta-feira, 3 de março de 2010
47 motivos para não se casar comigo
Adorei essa lista de "50 motivos para não casar com um designer gráfico", e resolvi riscar os motivos pelos quais as pessoas não deveriam casar comigo!
1. Há milhões e milhões de designers no mundo.
2. São egoístas e egôcentricos.
3. Todos têm salários baixos.
4. Não aceitam críticas (recebem mas não as entendem).
5. Eles odeiam outros designers.
6. Não sabem somar nem subtrair quando vão ao mercado.
7. Não sabem mudar uma lâmpada sem fazer um esboço
8. Gostam de ver os créditos completos do filme (e cenas cortadas).
9. Não deixam você decorar a sua casa.
10. Tudo é um grande brainstorm (tempestade de ideias).
11. Você nunca saberá se os documentos e credenciais são reais ou adulterados.
12. Fazem montagem com suas fotos.
13. Mantêm revista e qualquer coisa que tenha fotos no banheiro.
14. Idolatram pessoas totalmente desconhecidas (Banksy, Sagmeister, Basquiat, Paul Rand, etc.).
15. Tira fotos para seu diário todos os dias.
16. Acham que tudo pode ser resolvido com um Shape ou uma nova Layer.
17. Tudo é justificado a esquerda, direito e centro, pelo menos quando estão atrasados.
18. Todos odeiam a fonte “Comic Sans” (e amam Helvetica).
19. Tomam bebidas de qualquer espécie apenas porque gostam da embalagem.
20. Eles roubam placa da rua e orelhões telefônicos.
21. Roubam cartazes de shows e eventos e te fazem passar vergonha.
22. Amam ténis com cores estranhas e bizarras.
23. Usam all star com roupa social e acham o máximo (Cuidado ele pode usar isso no casamento).
24. Tem sempre marcas de tintas em suas mãos.
25. Eles ficam irritados com as palavras: bonito, feio e artista.
26. Eles precisam consultar o Pantone antes de se vestir para saber a combinação correta e para ter um contraste legal.
27. Eles odeiam Office (Word, Excel, PowerPoint, Publisher).
28. Acham que podem salvar o mundo com um cartaz bonito.
29. Eles sempre sabem tudo todo o tempo.
30. Gostam de músicas “Indie” (Aquela música que metade da humanidade nunca ouviu falar).
31. Criam suas piadas locais, e vão rir daquele video que você achou sem graça no Youtube.
32. Lêem livros raros, histórias para crianças e semiótica.
33. Eles gastam horas incontáveis em seus espaços, rindo sozinhos, com seu computador (geralmente Mac).
34. Sua vida social depende de seus amigos e outro designer.
35. A maioria é viciada em tecnologia, ou seja todo o dinheiro da família vai parar na Apple Store.
36. Eles gostam de camisas com estampas e alguma brincadeira sobre algo atual ou muito retrô.
37. Todos tem suas lojas preferidas, que atendem o publico “Staile”.
38. Eles viram psicopatas quando você diz que design é apenas desenho.
39. Começam a rir sozinho quando pensam em como executar um job.
40. Fumam maconha!
41. Sempre dizem que podem superar o trabalho dos outros.
42. Todos já foram ou cogitarão ser DJs (pelo menos uma vez).
43. Costumam vender tudo que compram, livros, revistas, canetas, camisetas (cuidado você está a venda).
44. Todos tem personalidade geeks e infantis.
45. Gostam de desenhos americanos ou japoneses e passarão horas assistindo.
46. Gostam de mudar de cidade, estado país o tempo todo.
47. Trabalham retocando foto de modelos e olhando mulheres em grande parte do seu tempo.
48. Assistem documentários e vão a museus o tempo todo, não importa o que seja.
49. Fumam Camel porque acham a carteira bonitinha.
50. Tenha sempre um bom sonho, porque eles trabalham a noite.
Parte 5x sugerida pelos leitores…
1. Não pode ver um folder com verniz localizado sem ficar o tempo todo passado o dedo em cima.
2. Já fizeram ou tem vontade de fazer, ToyArt, Paper Toys.
3. Vão no MC só pra comprar um MClanche Feliz e ganhar os bonecos do desenho do momento (pixar ou billy e mandy)
4. Enfeitam suas mesas com 200 bonecos de desenhos pixar, desenhos japoneses, etc.
5. São viciados em algum jogo, de preferência PES e MMO.
6. As 2 coisas que fazem perder o sono são: Muita preocupação (jobs em cima do time ou atrasados) ou muita inspiração (essa é melhor que redbull pra deixar acordado)
7. Tomam RedBull, Burn e outros energéticos.
8. Super tendência a bissexualidade em ambos sexo! (quem frequenta eventos de designers sabe muito bem como é… hahahaa)
9. Quando estão em salas esperando por algo e lendo revistas, costumam virar a revista ao contrário para saber que agência produziu a campanha.
10. Ficam irritados quando você fala sobre o estereótipo deles.
11. São cheios de neologismos e estrangerismos (by the way, twittar, etc etc etc).
12. Alguns falam perfeitamente bem mas não sabem escrever corretamente.
13. Quando vão ao bar ou restaurante demoram muito para fazer o pedido, porque fica com o cardápio, analisando o projeto (na maioria das vezes criticando e sugerindo como ficaria melhor se ele o fizesse).
14. Sempre que olham uma fonte, ficam tentando adivinha-la só para mostrar que entende do assunto.
15. Adoram usar o símbolo da “{}” Chave no Lugar de Parênteses “()”.
16. São viciados em café.
17. O único adesivo que aceitam no carro é a “maçazinha da Apple”;
18. Precisam sempre de um IPhone, mesmo que não utilizem metade dos aplicativos, APENAS PRECISAM TER…
19. Sonham em acordar mais cedo para ler o jornal inteirinho durante o café, só para não escutar sua namorada(o) tagarelar.
20. Sonham em morar em São Paulo para apreciar a Selva de Pedra.
21. Sempre têm que trabalhar… “só mais um pouquinho” ou “só hoje”.
22. Deixam a embalagem do shampoo ou condicionador em cima da pia do banheiro, apenas para admirar a embalagem enquanto fazem suas necessidades fisiológicas.
23. Odeiam a opinião do sexo oposto em relação aos seus trabalhos.
24. Quando terminam um trabalho sempre acham que não ficou muito bom…
25. ADORAM assistir filmes estrangeiros, no estilo “Telecine Cult”.
26. Sempre tem tendências a gostar de fotografia e querer tirar foto de tudo.
27. Os que não trabalham, só enrolam acabam acordando depois das 10 e param de trabalhar antes das 18:00.
28. Odeiam a palavra backup, porém ficam todos emotivos quando perdem sua fontezinha “super rara”.
29. Como intreter um Designer Gráfico por horas? Dê um conta fios e uma foto em alta para ele identificar a porcentagem de ciano no rosto da modelo.
30. Adoram fontes, porém nunca decoram seus nomes e passam horas pra achar a fonte que usou no outro job do cliente, até se tocar que é só abrir o arquivo .AI (Cuidado se ele souber de cor o nome da fonte, ele pode esquecer o seu).
31. Se você quer fugir de uma noite de sexo, deixe um jogo de fotolito sem identificação de cor para ele decifrar (Muito boa!)
32. Odeiam as pessoas que ficam “em cima” por atrapalhar seu processo criativo.
33. Têm sempre a resposta pronta para qualquer coisa que seja mostrada a ele: “mas isso não é Design”.
2. São egoístas e egôcentricos.
3. Todos têm salários baixos.
4. Não aceitam críticas (recebem mas não as entendem).
5. Eles odeiam outros designers.
6. Não sabem somar nem subtrair quando vão ao mercado.
7. Não sabem mudar uma lâmpada sem fazer um esboço
9. Não deixam você decorar a sua casa.
10. Tudo é um grande brainstorm (tempestade de ideias).
11. Você nunca saberá se os documentos e credenciais são reais ou adulterados.
13. Mantêm revista e qualquer coisa que tenha fotos no banheiro.
15. Tira fotos para seu diário todos os dias.
17. Tudo é justificado a esquerda, direito e centro, pelo menos quando estão atrasados.
18. Todos odeiam a fonte “Comic Sans” (e amam Helvetica).
19. Tomam bebidas de qualquer espécie apenas porque gostam da embalagem.
20. Eles roubam placa da rua e orelhões telefônicos.
21. Roubam cartazes de shows e eventos e te fazem passar vergonha.
22. Amam ténis com cores estranhas e bizarras.
23. Usam all star com roupa social e acham o máximo (Cuidado ele pode usar isso no casamento).
24. Tem sempre marcas de tintas em suas mãos.
25. Eles ficam irritados com as palavras: bonito, feio e artista.
26. Eles precisam consultar o Pantone antes de se vestir para saber a combinação correta e para ter um contraste legal.
28. Acham que podem salvar o mundo com um cartaz bonito.
29. Eles sempre sabem tudo todo o tempo.
30. Gostam de músicas “Indie” (Aquela música que metade da humanidade nunca ouviu falar).
31. Criam suas piadas locais, e vão rir daquele video que você achou sem graça no Youtube.
32. Lêem livros raros, histórias para crianças e semiótica.
33. Eles gastam horas incontáveis em seus espaços, rindo sozinhos, com seu computador (geralmente Mac).
34. Sua vida social depende de seus amigos e outro designer.
35. A maioria é viciada em tecnologia, ou seja todo o dinheiro da família vai parar na Apple Store.
36. Eles gostam de camisas com estampas e alguma brincadeira sobre algo atual ou muito retrô.
37. Todos tem suas lojas preferidas, que atendem o publico “Staile”.
38. Eles viram psicopatas quando você diz que design é apenas desenho.
39. Começam a rir sozinho quando pensam em como executar um job.
40. Fumam maconha!
41. Sempre dizem que podem superar o trabalho dos outros.
43. Costumam vender tudo que compram, livros, revistas, canetas, camisetas (cuidado você está a venda).
45. Gostam de desenhos americanos ou japoneses e passarão horas assistindo.
46. Gostam de mudar de cidade, estado país o tempo todo.
47. Trabalham retocando foto de modelos e olhando mulheres em grande parte do seu tempo.
49. Fumam Camel porque acham a carteira bonitinha.
Parte 5x sugerida pelos leitores…
2. Já fizeram ou tem vontade de fazer, ToyArt, Paper Toys.
3. Vão no MC só pra comprar um MClanche Feliz e ganhar os bonecos do desenho do momento (pixar ou billy e mandy)
4. Enfeitam suas mesas com 200 bonecos de desenhos pixar, desenhos japoneses, etc.
5. São viciados em algum jogo, de preferência PES e MMO.
6. As 2 coisas que fazem perder o sono são: Muita preocupação (jobs em cima do time ou atrasados) ou muita inspiração (essa é melhor que redbull pra deixar acordado)
7. Tomam RedBull, Burn e outros energéticos.
8. Super tendência a bissexualidade em ambos sexo! (quem frequenta eventos de designers sabe muito bem como é… hahahaa)
10. Ficam irritados quando você fala sobre o estereótipo deles.
11. São cheios de neologismos e estrangerismos (by the way, twittar, etc etc etc).
12. Alguns falam perfeitamente bem mas não sabem escrever corretamente.
14. Sempre que olham uma fonte, ficam tentando adivinha-la só para mostrar que entende do assunto.
15. Adoram usar o símbolo da “{}” Chave no Lugar de Parênteses “()”.
17. O único adesivo que aceitam no carro é a “maçazinha da Apple”;
19. Sonham em acordar mais cedo para ler o jornal inteirinho durante o café, só para não escutar sua namorada(o) tagarelar.
21. Sempre têm que trabalhar… “só mais um pouquinho” ou “só hoje”.
22. Deixam a embalagem do shampoo ou condicionador em cima da pia do banheiro, apenas para admirar a embalagem enquanto fazem suas necessidades fisiológicas.
23. Odeiam a opinião do sexo oposto em relação aos seus trabalhos.
25. ADORAM assistir filmes estrangeiros, no estilo “Telecine Cult”.
26. Sempre tem tendências a gostar de fotografia e querer tirar foto de tudo.
27. Os que não trabalham, só enrolam acabam acordando depois das 10 e param de trabalhar antes das 18:00.
28. Odeiam a palavra backup, porém ficam todos emotivos quando perdem sua fontezinha “super rara”.
29. Como intreter um Designer Gráfico por horas? Dê um conta fios e uma foto em alta para ele identificar a porcentagem de ciano no rosto da modelo.
30. Adoram fontes, porém nunca decoram seus nomes e passam horas pra achar a fonte que usou no outro job do cliente, até se tocar que é só abrir o arquivo .AI (Cuidado se ele souber de cor o nome da fonte, ele pode esquecer o seu).
31. Se você quer fugir de uma noite de sexo, deixe um jogo de fotolito sem identificação de cor para ele decifrar (Muito boa!)
32. Odeiam as pessoas que ficam “em cima” por atrapalhar seu processo criativo.
33. Têm sempre a resposta pronta para qualquer coisa que seja mostrada a ele: “mas isso não é Design”.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
num dia de casamento
"O sábado tinha nuvens pesadas na tarde. Fachos de sol rebrilhavam nos carros estacionados.
Eu estava de sandálias e tinha cinco cigarros no maço. Estava um pouco magro também.
A noiva entrou na igreja às 16:09. Pelo braço do pai, vestido com um terno cinza e com o cabelo cortado recentemente.
Eu a vi pelas costas e sua grinalda branca, em minha análise, nada tinha de especial: igual a muitas outras que já vi em fotos e em outros casamentos. Da minha posição, não consegui ver seu rosto, mas imaginei que ela suava um pouco. Nervosismo somado ao calor; o dia estava quente.
E, porque estava quente, eu me encostara num local de sombra. Ouvi a música que acompanhava a entrada do par na igreja. E a melodia do órgão tinha algo de pungente, algo um tanto avesso àquele ritual, que deveria ser alegre. Contudo, não me emocionou. Faz muito tempo que uma música não me emociona de verdade.
Após a entrada da noiva, chegaram ainda à igreja mais três pessoas. Um casal de idade indefinida, elegantemente discreto. E, por último, uma mulher gorda, de vestido azul, que, pouco antes de chegar ao fim das escadas, ajeitou o cabelo. Depois, entrou.
Continuei encostado à sombra.
Ao fim da cerimônia, um grupo de pessoas - mulheres na maioria - postou-se à porta da igreja. Cumprimentos ao pai e à mãe da noiva. Votos de felicidades, beijos, aquelas coisas de sempre. Um aglomerado de pessoas em que eu não conseguia divisar a noiva. Um fotógrafo de paletó xadrez documentava a cena.
Demoraram-se ali, creio, uns dez minutos. Eram 16:40. Não se via mais o sol. Apenas belíssimas nuvens avermelhadas que pairavam preguiçosamente.
Somente vi o rosto da noiva quando ela desceu as escadas rumo ao carro que iria levá-la dali. Estava bonita. Pintada demais para o meu gosto, mas bonita. Uma mecha de cabelo soltara-se do arranjo na cabeça e pendia em sua testa. Como um ponto de interrogação de cabeça para baixo. Talvez a mesma mecha que, alguns anos antes, eu vi balançando no vento que entrava pela janela do ônibus em que viajávamos, depois de deixar um hotel à beira da estrada.
Então fui pra casa. Pensando em cortar a barba e certo de que isso era a única coisa especial que eu tinha para fazer naquele sábado.
Se a agência dos correios estivesse aberta àquela hora, eu mandaria um telegrama para o meu amigo analista com as palavras: "MERDA VG MEU CARO PT".
Cheguei em casa com as mãos nos bolsos e convencido de que, afinal de contas, aquele era apenas um dia comum. E era mesmo.
[1984]"
Não sei daonde veio isso, se você souber, diga-me. Achei esse escrito numa folha no meio dos meu papéis, provavelmente catei num xerox da vida sem querer. É de algum livro que desconheço. Mas gosto.
Eu estava de sandálias e tinha cinco cigarros no maço. Estava um pouco magro também.
A noiva entrou na igreja às 16:09. Pelo braço do pai, vestido com um terno cinza e com o cabelo cortado recentemente.
Eu a vi pelas costas e sua grinalda branca, em minha análise, nada tinha de especial: igual a muitas outras que já vi em fotos e em outros casamentos. Da minha posição, não consegui ver seu rosto, mas imaginei que ela suava um pouco. Nervosismo somado ao calor; o dia estava quente.
E, porque estava quente, eu me encostara num local de sombra. Ouvi a música que acompanhava a entrada do par na igreja. E a melodia do órgão tinha algo de pungente, algo um tanto avesso àquele ritual, que deveria ser alegre. Contudo, não me emocionou. Faz muito tempo que uma música não me emociona de verdade.
Após a entrada da noiva, chegaram ainda à igreja mais três pessoas. Um casal de idade indefinida, elegantemente discreto. E, por último, uma mulher gorda, de vestido azul, que, pouco antes de chegar ao fim das escadas, ajeitou o cabelo. Depois, entrou.
Continuei encostado à sombra.
Ao fim da cerimônia, um grupo de pessoas - mulheres na maioria - postou-se à porta da igreja. Cumprimentos ao pai e à mãe da noiva. Votos de felicidades, beijos, aquelas coisas de sempre. Um aglomerado de pessoas em que eu não conseguia divisar a noiva. Um fotógrafo de paletó xadrez documentava a cena.
Demoraram-se ali, creio, uns dez minutos. Eram 16:40. Não se via mais o sol. Apenas belíssimas nuvens avermelhadas que pairavam preguiçosamente.
Somente vi o rosto da noiva quando ela desceu as escadas rumo ao carro que iria levá-la dali. Estava bonita. Pintada demais para o meu gosto, mas bonita. Uma mecha de cabelo soltara-se do arranjo na cabeça e pendia em sua testa. Como um ponto de interrogação de cabeça para baixo. Talvez a mesma mecha que, alguns anos antes, eu vi balançando no vento que entrava pela janela do ônibus em que viajávamos, depois de deixar um hotel à beira da estrada.
Então fui pra casa. Pensando em cortar a barba e certo de que isso era a única coisa especial que eu tinha para fazer naquele sábado.
Se a agência dos correios estivesse aberta àquela hora, eu mandaria um telegrama para o meu amigo analista com as palavras: "MERDA VG MEU CARO PT".
Cheguei em casa com as mãos nos bolsos e convencido de que, afinal de contas, aquele era apenas um dia comum. E era mesmo.
[1984]"
Não sei daonde veio isso, se você souber, diga-me. Achei esse escrito numa folha no meio dos meu papéis, provavelmente catei num xerox da vida sem querer. É de algum livro que desconheço. Mas gosto.
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