terça-feira, 30 de novembro de 2010

planos (in)acabados pro final de ano

Chega essa época do ano e a gente quer fazer tudo o que não fez durante o ano: ler 35 livros, ser feliz, fazer as pazes com todo mundo, arranjar um amor avassalador, tirar 10 em todas as matérias e passar com 100% de frequência, ser magra/o, morar e ir todo dia pra praia, não ter nenhum problema, ser rico, ser popular, amigo de todo mundo, ter com quem contar, ser reconhecido, inteligente, ter aprendido, ter aproveitado, ter ficado bêbado sem ter dado vexame, cabelos sedosos, todos os dentes na boca, nenhum problema, família perfeita, não ter derramado nenhuma lágrima "por quem não vale a pena", tem vivido intensamente, fervorosamente o ano todo, loucamente, insana, usado todas as drogas sem ter se viciado, nao ter adoecido, não ter sentido nenhuma dor, não ter caído, não ter se arrependido daquelas idiotices que você pensou, disse e fez...

É. Mas não dá mais tempo pra tudo isso.

domingo, 28 de novembro de 2010

Papos de ônibus #2 dos casais

foto por Oswaldo Zoom, da série Lovers

Se eu tenho realmente um carma, é pegar ônibus e sentar atrás de um casal que está discutindo ou brigando. Isso me dá uma vontade absurda de falar pra eles: "vocês não se gostam? parem com isso! se abracem e se beijem!". Isso quando não é via telefone. Esses tempos peguei um ônibus e o cara ligava pra menina e ela começava a GRITAR em pleno ônibus, dizendo que ele não prestava, que sim, ela tinha mandado a irmã dela entregar pra ele todas as coisas dele que estavam com ela. Foi me dando um aperto, uma náusea. Vocês não podem deixar pra brigar quando estiverem em casa? Longe das pessoas? Qual a real necessidade de brigar na frente de todo mundo?

Outra vez, o casal sentado na minha frente: os dois com camisetas do Metallica, ambas pretas, como já era de se esperar. Nada muito punk. Ele era tão fofinho que é daqueles que a gente não entende como que ouve essas músicas pesadas. Ela parecia emburrada, chateada, nervosa, não sei. Ele ficava olhando pra ela com uma expressão tão lindinha que eu tava quase rindo. Ele tentava beijá-la, ela virava o rosto pra janela e falava que não. Ele começou a enchê-la de beijinhos no braço e no pescoço, até que ela começou a sorrir. Foi assim um tempão. E eu ali, quase interferindo e pedindo pra eles fazerem as pazes! Não ouvi o que eles falavam, mas algo me diz que ela estava numa crise de ciúmes e ele estava provando que ele a adora. Aquela coisa que sempre acontece. Por fim, eles fizeram as pazes e saíram do ônibus. Me peguei sorrindo, e quando olho pro lado, tem um cara me observando.
Estranho.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Papos de ônibus #1

Com esse, inicio uma série de anedotas que ouço durante as 3h diárias em trânsito.

"1: Ela gosta sim dele, admite!
2: Não gosto não! *cara emburrada*
3: Ela tá assim só porque ele não é lindo.
1: Ah, mas antes um menino que não seja bonito mas seja querido do que um bonito que nem fulanodetal e que seja um babaca."

sábado, 6 de novembro de 2010

um futuro, quem sabe?

First of all... não sei porque, toda vez que penso em escrever certas coisas, as palavras me vem em inglês. Talvez seja pela sensação de codificação, como se o escrito pudesse sem guardado em minha memória de maneira que não sofreria riscos. Pode ser também pela impressão de criptação, como se ninguém mais pudesse entender. Enfim, o caso é que na primeira vez que eu vi, senti um mar de borboletas na minha barriga como a muito não sentia. Cheguei a achar que estava enlouquecendo, aquele olhar de bondade, como sempre "senti". Como pode, conhecer tão bem alguém que a gente não conhece? Lembro que depois disso, fui informada que éramos quase iguais. Dessa vez foi o peito que pulou, mas não sei explicar o porquê. Depois, quando fiquei o dia inteiro preocupada como você estava, e depois do abraço que me desconstruiu, eu já não sabia o que era o que. Abri caminho pra um sentimento que havia acabado o estoque, fiquei anos sem saber o que era isso. Tive certeza quando fiquei te observando, nem lembro o que você tava fazendo, mas era de longe, e não sei, mas parecia que já tinha visto tudo. Saber um pouco mais só me deixou mais curiosa. E teu sumiço, minha falta de cérebro, e outras preocupações mudaram os planos dos dias. Mas já resolvido, cá estou: esperando por alguma incerteza da vida, mas com a certeza de que dessa vez estou fazendo certo. Certo? Não sei, na verdade. Mas quero tentar. E é de sorrisos que é feita essa história. Apenas sorrisos. Por isso, não sei se espero mais pelo abraço ou pelo sorriso.