terça-feira, 1 de novembro de 2011

o que eu fiz nos últimos 2 anos?


Praticamente desisti da faculdade de jornalismo. Tranquei, ela continua trancada e vou trancar mais um semestre. Quem sabe eu volte pra lá em 2012. On the other hand, me apaixonei perdidamente pelo design e estamos numa relação estável, muito obrigada.

Fui em 3 encontros estudantis: o R Santa Maria em 2009/2, o N Curitiba em 2010/1 e o RBH em 2010/2. Além disso, estive organizando um R Floripa por quase um ano e meio. Mas, desisti. Porque quando a sensação de válvula de escape e de satisfação acabou, ficou apenas o incômodo.

Ganhei um computador. Ele se tornou obsoleto em um ano. E consegui comprar um novo. E cá estamos, numa relação apaixonada e intensa. Ao contrário, continuo com meu velho celular de quase 5 anos. Nossa relação não é tão estável ou agradável, mas é o tipo de relação que a gente se acostuma e se acomoda. Mudar dá muito mais trabalho nesses casos.

Quanto às pessoas... conheci pessoas maravilhosas, que têm lugar garantido no mural de fotos para a eternidade. Mas, como nem tudo é perfeito, conheci pessoas que não pretendo continuar tendo uma relação, jamais! Conheci e "me apaixonei" por essa menina Ana Flávia, que me conquistou assim que logo falamos. E continua me conquistando, sendo cada vez mais linda e linda. Teve também o hiato de um ano de uma irmã que escolhi pra mim, a Tina. Ela, lá na Europa. Eu, cá no Brasil. A vida parece muito mais justa agora com ela perto de mim. Minha melhor amiga de mil anos, a Liara, passou pra medicina e está lá em Santa Maria, junto com os lindos Henrique, Leo e Victor. Vi uma vez a Naisa, que trancou a faculdade pra ser modelo em São Paulo! E eu via mais era o irmão dela aqui na ilha...

Me decepcionei tanto quanto você não pode imaginar ao ver pessoas jogando fora todo o meu amor por elas, mas a vida continua, e amor é o que não falta pra eu dar! Mesmo assim, tem gente que continua com um potinho de amor guardado aqui comigo, na minha estante das pessoas lindas.
Minha mãe resolveu se casar e morar em Miami e estou dividida entre a felicidade por ela, a possibilidade de visitá-la lá e comprar muuuuitos cosméticos baratos e/ou a saudade que vai ser difícil de matar.

Aprendi a comer mais saudavelmente, parei de tomar refrigerante, não como mais esses embutidos como presunto, raramente como frituras, comi um miojo e um cup noodles, e mesmo assim, engordei uns 5kg que tento perder desde então. Continuo comendo muito chocolate. Muito mesmo. Todos os dias. Tento parar, mas sou viciada.

Adquiri umas manias engraçadas como comprar coisas em dupla, beber muito café, gostar mais de cinzas brancos e pretos do que de coloridos, aumentei a seção “oncinha” do meu guarda-roupa e por aí vai.

Aprendi também a costurar, e fiz alguns vestidos e outras coisinhas. Depois disso, acumulei muitos tecidos sem corte nem costura e uma máquina pesada e sem lugar definido.

Tive os melhores e os piores dias da minha vida. Acordei sem dormir e dormi sem fechar os olhos.
Fiz yoga, boxe e musculação. Poucos meses e poucas seções. Nosso relacionamento é instável e não conseguimos nos manter juntos por muito tempo. Agora, estou flertando com a natação mas o frio está me mantendo em casa.

Quase matei uma plantinha das duas que comprei pro meu quarto. Este que, aliás, ficou o mesmo mas mudou bastante. Ganhei um guarda-roupa maior e coisas tiveram seu lugar mas, fora do guarda-roupa muita coisa continuou sem lugar não só no meu quarto.

Joguei fora alguns calçados e algumas roupas que não serviam ou não me representavam mais, enquanto algumas outras pareciam dizer tudo sobre mim. A paleta de cores do meu guarda-roupa mudou para tons pastéis, brancos, cinzas, beges e preto. Muito preto.

Meu iTunes teve muita música nova adicionada. Algo como MGMT, Foster The People, Phoenix que me viciaram em música “eletrônica” e, boas novas vozes brasileiras como Tiê, Tulipa Ruiz e Marcelo Jeneci.

Fui pra São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Santa Maria, Curitiba, São Francisco do Sul... e foram as melhores coisas e escolhas que fiz, com certeza. Não saio do mesmo lugar pra um lugar novo faz tempo e estou precisando. Tudo o que queria era uma passagem só de ida pra Tel Aviv nesse momento.

Conheci tanta gente, me apaixonei muitas vezes, estraguei tudo em todas elas, fiz tudo o que tinha pra fazer de errado, magoei e magoei de novo e me senti mal todas essas vezes. Com os espertos eu consegui conversar e, alguns até voltaram a falar comigo. Veja só que no meu aniversário foram 16 minutos no telefone com alguém que não falava fazia mais ou menos 1 ano e noite passada ou hoje de manhã, foram quase 2 horas no telefone. Duas horas.

Tentei mandar um bilhete onde estava escrito “come on baby light my fire” mas o destinatário estava indisponível. E continua ocupado toda vez que ligo. Talvez seja a diferença de idade, vai saber.
Comecei a trabalhar num jornal e estou quase aniversariando 2 anos lá. Mudamos de sala duas vezes e isso me fez muitos amigos e conhecer pessoas incríveis que guardo aqui, deep inside my heart.
Cozinhei pouco e sem muita criatividade. E, muitas vezes, sem muito sucesso. Bolos abatumaram, ficaram muito doce ou o forno não assou direito enquanto outros sairam-se perfeitos com a massa cor-de-rosa e cobertura de chocolate e estrelinhas coloridas.

Subi no palco muitas vezes e, pensando bem, deveria ter ficado no chão.

Visitei muitos amigos, conversei com várias mães de amigos que me encantaram, assim como seus filhos incríveis já o haviam feito antes.

Comi muitas coxinhas. Fui pouco a praia. Perdi muito tempo. Muito.

Priorizei coisas que não deveriam ser priorizadas, revi minhas prioridades e hoje, acredito estar com uma pirâmide de importância justa.

Falei demais e também deixei de falar muita coisa, mas acho que tudo o que foi pensado foi bem dito.
Construí um muro bem, bem alto ao meu redor pra me proteger das pessoas. Mas a porta da muralha em geral fica escancarada, não funcionando muito bem. Para todos os efeitos, não deixo de acreditar nas pessoas nunca, mesmo que isso ocasione decepções. Porque, em verdade, o pote da esperança é um dos maiores potes aqui na minha adega dos sentimentos. O maior pote, com certeza é o do amor e esse distribuo em embalagens com spray e tudo.

Senti saudades. Muitas. De muitas pessoas, ocasiões, decisões, palavras, escolhas, abraços, cheiros, gostos, ventos, dias, horas, segundos, lugares, sorrisos, olhares e principalmente, sentimentos. De ti, dele, dela, deles, delas, de todos ao mesmo tempo ou separados.

E sofri. Sofri em gostar de quem não gostava de mim. De querer ser legal com quem só queria o mal pra mim. Sofri de frio, de solidão, de tudo dando errado e desmoronando ao mesmo tempo na minha cabeça. Sofri por achar que não conseguiria fazer, por errar e ter de fazer de novo e ter de tomar decisões on my own.

Sofri muito em tentar achar sentimentos bons em quem não os tinha, em esperar de certas pessoas alguma atitude, em querer pouco dos outros que pra mim era muito. Sofri por ter sido deixada pra trás, por me julgarem errado, por ter gente querendo competir quando não há espaço para competição. Não há vencedores nem perdedores, só eternos competidores de uma maratona sem fim.

Chorei por mim e pelos outros, de solidão e da falta do silêncio, de vontade e de desprazer, de emoção, de felicidade, de tristeza e de consolo a mim mesma. Chorei quando não tinha mais opção ou quando a única opção era essa. Chorei ao conversar, ao perceber quão triste estava sendo tudo aquilo, quantas dúvidas pararam no ar e foram dançar com as nuvens. Chorei de dor física e dor emocional, porque dói e sempre vai doer lembrar de certas coisas. Chorei um choro ácido de raiva muitas vezes.

escrito em 8 de agosto de 2011 e sem as devidas atualizações 

5 comentários:

Karin Barros disse...

Apesar de te conhecer pouco, mt do que está escrito eu piscava e escutava a tua voz lendo o texto! És fofa sabe, daquelas pessoas que se vê a pureza nos olhos e muito mais quando se conversa. Espero que esses teus choros passem logo. És uma pessoa legal que merece sorrir mt mais que chorar! beijo Cristalina!

Julia Back disse...

Primeiro, muito bem ilustrado o teu post. Tudo a ver e linda a imagem ;)

Depois, independente de teres uma visão um pouco arrependida de certas coisas, a vida é assim mesmo.. sabe aquelas velhas frases sobre errar? Tem muitas.. e todas concluem quem só acerta quem já errou muitas vezes, e que pra cada acerto temos 142819083 de erros por trás. O importante eu acho é que tu parou pra analisar tudo a fundo! É assim que deve ser.

E pensando bem, a gente tem mais ou menos a mesma idade, e esses anos são bem significativos nessa fase da vida.. a gente muda muito. O guarda roupa então nem se fala hehe. A alimentação também, porque é quando vê que OPA! Não rola comer negresco com toddy todo dia, porque uma tal de cerveja entrou na lista e aí haja pança pra segurar tudo isso. hahaha. Eita, faculdade.

Bonito o post :*

aneflave disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
aneflave disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
aneflave disse...

MEU DEUS! ANDO NEGLIGENCIANDO MINHAS REDES SOCIAIS E A BAGUNÇA ENGOLIU SUA PUBLICAÇÃO!!!! AAAAAWWWWWWHHHHH!!!!

voltando à programação normal.... isso tudo é tão cristal, sabe? enquanto estava lendo era como se ouvisse você narrando seus últimos dois anos pra mim.

"Construí um muro bem, bem alto ao meu redor pra me proteger das pessoas. Mas a porta da muralha em geral fica escancarada, não funcionando muito bem. Para todos os efeitos, não deixo de acreditar nas pessoas nunca, mesmo que isso ocasione decepções. Porque, em verdade, o pote da esperança é um dos maiores potes aqui na minha adega dos sentimentos. O maior pote, com certeza é o do amor e esse distribuo em embalagens com spray e tudo."

Esse parágrafo, especificamente, me lembra milhões de conversas nossas. Fico feliz por ter conhecido uma pessoa tão bonita que, mesmo querendo, não consegue deixar o mundo preto e branco. Você nem sabe o quanto isso é contagioso :)


Como eu não amaria alguém que de cara acertou no presente do amigo secreto? hahhaha :) Velhos tempos em que nossa amizade era secreta e nem a gente sabia o que estava por vir.

Claro que não tem nada a ver com o combo de quiridici que tem dentro de ti, eu só te amo porque voce acertou no presente. Só por isso e nada mais. Mentira, as tortinhas de maçã não ficariam de fora dessa, té parece....

Obrigada por ser essa pessoa bonita que conheci ~pequeninha~ (!) que estou vendo crescer e está crescendo comigo. É bom saber que acompanhei em tempo real essas coisas boas (e até as ruins, whynot), porque deixa tudo mais recíproco.

Compartilhar... tão bonito, sabe?

Como será o post daqui dois anos? Esse guarda-roupas ainda tem muito a mudar, assim como o coração, a cabeça, a vida toda. Coisa boa.

Amo você.
=*