sábado, 21 de abril de 2012

Rique, ou o sorriso mais lindo que eu já vi


Abri minha agenda de dois mil e onze com uma dúvida besta de onde eu havia passado o carnaval naquele ano. Me deparei com, no dia quinze, o nome de um amigo, sinalizando que é dia quinze seu aniversário. Meu amigo se chama Henrique Vasques e ele se foi faz dois meses, hoje [02/03].

Eu conheci o Henrique em dois mil e oito, pela internet e pelo irmão dele, o Victor. Na época eu queria saber de alguém que fizesse design o que esperar da profissão, e fui, na cara-de-pau, falar com o Victor porque já lia o blog (na época) dele, o Com Limão. Dei a maior sorte do mundo, porque além de super atencioso com as minhas dúvidas, o Victor é uma pessoa maravilhosa, linda mesmo. E, de quebra, ele me apresentou um dos meninos mais incríveis que já conheci na vida, o Henrique, irmão dele.

De Natal, naquele ano, o Henrique me mandou Memórias Póstumas de Brás Cubas, do Machado de Assis, porque sabe que eu amo ele e um livro sobre a história da publicidade, porque sabia que eu queria estudar design. Tinha um bilhete muito fofo junto, que, se eu me lembro bem, está no meio do livro, na casa da minha mãe, junto com alguns livros meus que continuam lá.

A gente só se conheceu pessoalmente em dois mil e nove, quando eu finalmente fui parar em São Paulo e pude abraçar aquele menino que era lindo em todos os sentidos e centímetros da palavra. Não me arrependo de nenhum segundo que a gente passou junto, e o que vem aqui na minha mente quando lembro dele é aquele sorriso lindo, o mais lindo que eu já vi.

Esses dias sonhei que estava em São Paulo, na farmácia da Avenida Paulista que eu comentei, lá em dois mil e nove, com o Henrique que eu perderia horas dentro dela, porque parecia ser muito legal (e eu amo farmácias). De repente, o Henrique aparecia na farmácia, sorrindo, e falando:

- Cristal, o que você está fazendo aqui, menina?

Eu nem consegui responder. E eu corri abraçá-lo. E abracei, e não queria mais soltar. E ele rindo, como sempre, me perguntava porque eu não soltava, e dizia que eu não precisava me preocupar, porque ele não iria a lugar algum. Mas eu não conseguia, eu sentia que ele ia fugir de mim, desaparecer, sumir. E eu abraçava mais forte, apertando os olhos e tentando grudar nele, porque desse jeito, quem sabe, a gente não se separasse mesmo. Aí eu acordei, terrível. Percebi que e o que eu tinha acabado de sonhar e me deu um aperto no peito, um nó no estômago e eu só consegui abraçar meu travesseiro. E a maior tristeza desse mundo é saber que não terei mais abraço, sorriso ou gentilezas e fofuras da sua parte, amigo. Acordei sabendo que eu não tinha mais o que dizer pro Henrique, pois ele não poderia mais me escutar.

Perder um amigo é muito triste. Dói demais, e vai doer para sempre. Se tem uma coisa que era unanimidade, era como você era uma pessoa incrível. Como todos os milímetros do Henrique eram lindos. Eu nem sei com quais palavras te descrever, porque quem te conheceu sabe exatamente quão grande de espírito você era.

Todos vamos e já sentimos sua falta.
E eu, eu só tenho a agradecer por ter tido a oportunidade de conhecer o Rique.

“Quem sabe o que é ter e perder alguém
Sente a dor que eu senti
Quem sabe o que é ver quem se quer partir
E não ter pra onde ir”

Um comentário:

aneflave disse...

"Perder um amigo é muito triste. Dói demais, e vai doer para sempre."