domingo, 20 de maio de 2012

o pacto de desconhecência


Eu não suporto pseudo-conhecidos pelo simples fato de que nunca sabemos como agir com esse tipo de pessoa. Você pode conhecer ele, como no meu caso, saber o nome, o curso, a fase em que está na faculdade, ter amigos em comum, ele ser melhor amigo de uma pessoa que alimenta desafetos por ti e mesmo assim vocês não se cumprimentam. Vocês até se esbarram na festa, se encaram por alguns segundos, mas vocês não podem se cumprimentar.

Existe uma cortina invisível que mantém essa pseudo-conhecência e que regula os olhares desavisados que se encontram vez ou outra. Eu não posso cumprimentá-lo, tampouco ele pode fazê-lo. Isso seria quebrar a etiqueta da desconhecência que nos assola.

Ele sabe quem eu sou, o que eu sou e o que eu significo. Talvez seja por isso que sejamos apenas pseudo-conhecidos e não conhecidos. Mais que isso, talvez seja por isso que quando a gente, por ventura, tem os olhares interceptados pelo outrem, seja tão confuso. É um olhar bem fundo, bem no fundo dos olhos, quase que de provocação. O que esse pseudo-conhecido acha que é para enfiar-me os olhos tão fundo nos meus próprios?

3 comentários:

Bárbara Boneca disse...

"Eu finjo que não reparei em você
fingindo que nunca me viu aqui
conversando com amigos em comum..."
Nunca me diverti tanto, Rockz.

Duda Silva disse...

As vezes uma situação inusitada, como uma bebedeira, ou um perrengue acaba por mudar esta relação. Aquela coincidência de encontrar a pessoa fora de contexto do outro lado do mundo, ou em algum perrengue bizarro como um dilúvio em que um dos 2 baixa a guarda e o contato acontece de fato.
Gosto disso.

Mabel Lazzarin disse...

O estranho é quando você, apesar de pseudo-conhecido, acompanha a outra pessoa por comentários/citações/likes de amigos em comum e vai criando uma admiração platônica secreta.