sexta-feira, 20 de julho de 2012

joyeux anniversaire!



1) Eu não deveria dizer isso que vou te dizer agora
A gente não deve dizer que está apaixonada pelo cara. Ele vai surtar e sumir, é o que sempre acontece. Eles não sabem lidar, acham mil coisas, tipo que eu não sei lidar com minha paixão, que vou ser uma louca perseguidora, que vou, ah, sei lá, eles acham todas as coisas. Por isso em geral a gente finge que não liga a mínima, se corrói toda por dentro, etc e tal. Acho e sempre achei um puta saco esse dôce todo. Porra, por que o cara que eu gosto não pode saber disso? Hoje um cara me perguntou "aquele cara que tava contigo é teu noivo?" e eu disse "não, mas poderia ser, que eu não ia me importar" e ele perguntou "mas ele sabe que você acha isso?". Não sei se ele sabe, então eu vou falar, pelo motivo 2 da lista:

2) A gente não deveria deixar de dizer as coisas
No começo do ano eu perdi um amigo de uma forma horrível. Ele morreu sozinho, mas matou também a parte dele dentro de todas as pessoas que gostavam dele, como sempre acontece. A gente não morre sozinho, na verdade. E eu percebi que eu não falava com ele fazia uma porrada de tempo, que tava com saudades e que, tragicamente, nunca ia matar essas saudades, elas que passariam a me matar um pouquinho todos os dias que eu lembrasse do sorriso mais lindo que eu já vi. Depois disso, depois de umas duas semanas de muito choro, muita tristeza e claro, pensamentos mil (ninguém consegue evitar quando essas coisas tão naturais acontecem perturbando a nossa normalidade), decidi que ia falar o que tivesse sentindo, sem medo. Quer dizer, ainda dá um pouco de medo de dizer certas coisas, mas o que não adianta é sofrer sozinha, se preocupar com o que você não pode controlar.

Se eu não gostar, você vai saber. Se eu gostar, vai saber. Se eu me preocupar, vou dizer. Se eu chorar, vou te dizer. Se eu sofrer, vou te dizer. Se der um nó no estômago, você vai notar. Não é fazer drama, chororô, cena, é ser sincera comigo – com o que eu tô realmente sentindo – e contigo – pra saber efetivamente se eu tô sentindo e o que. Quero ter a certeza de que quem eu gosto tenha certeza que eu realmente gosto e quem eu não me importo também saiba disso.

3) Eu não me importo
Eu não me importo de chorar, de sofrer, de sentir. Aliás, eu acho ótimo. Eu tô aqui pra viver, cazzo! Eu quero mais é me foder mesmo, é sentir frio na barriga, é incomodar, é fazer alguma coisa da vida pros outros, pra mim. Eu dou a cara a tapa se for preciso, eu entro na guerra, eu vou catar você pra cuidar, eu cozinho pros outros, ajudo, peço ajuda, me fodo e diabo a quatro. Se eu ficar controlando (mais) o que eu faço, vou parar aonde? Num vazio de sentimento? Eu nunca fui disso, nunca serei. Eu quero mais é chorar, sofrer, rir, gargalhar. Eu quero mais é me apaixonar pelo cara errado e dar com os burros n'água, gritar, dançar, rodar a baiana. Tô é pouco me fudendo. Não sou de plástico, eu tenho um coração e um cérebro. Quero mais é correr o risco. Correr o risco de me embebedar, de sorrir demais, de gastar demais, de me apaixonar, de odiar, de amar. Quero correr o risco de estar emocionalmente abalada. Eu lido com isso, a culpa não é de ninguém, é minha mesmo, que me permito. E me deixa, me deixa me permitir, que eu quero é sentir. Se eu não quisesse sentir, eu ia querer morrer.

4) Eu não ligo
"The less you give a damn, the happier you will be"
A gente demora pra perceber que quanto menos a gente gasta o suor se preocupando com o que não precisa, melhor a gente vive. É isso aí, se deu certo foi bom, se não deu, adeus. Tira a pedra de cima do problema, é mais fácil viver assim do que com as pedras em cima da gente, garanto. Deixar de frescura, se resolver, resolver as coisas... Não quero joguinho, acende e apaga, mimimi e escambau. Não sou dona da vida de ninguém, deixa que os outros façam o que quiserem. Aceito que é isso e deixo a vida levar. Claro que não aceito babaquice nem escrotice, mas também não preciso sair no tapa com alguém que não leva a sério nem a si mesmo, certo? Então ligue o foda-se, definitivamente. Para de dizer que ligou e stalkear o menino, para de fingir que não liga. Da minha vida cuido eu, da sua vida cuida você.

5) A graça é justamente isso
O que eu gosto é de saber que, mesmo que eu me engane, a gente não tem controle de nada. E é esse frio na barriga que é a graça de estar aqui. É justamente não saber o que pode acontecer, se vou ou não vou, o que vem pela frente – ou se vou voltar atrás. É justamente essa suscetibilidade da gente que faz de tudo bonito. Essa fragilidade faz eu querer quebrar mesmo, pra saber como é. Faz eu saber que tô feliz fazendo o que eu quero. E sei lá se eu vou continuar querendo isso daqui uns anos, eu tô vivendo o agora e agora, eu quero isso sim. Cabelo cresce, coração se recupera, o fígado se regenera. Tudo fica bem. Se vai ser bom ou não, nem tenho como e nem quero medir. Deixa quieto, o tempo vai dizer. A gente nunca vai saber se escolher o outro lado poderia ter feito da felicidade maior ou melhor. A gente nunca, nunca, vai saber tudo. E isso é muito, mas muito bom.

Hoje eu faço 21 anos e tô onde eu queria estar. Com as coisas que eu queria ter. Com o sentimento que eu queria sentir. E isso não há dinheiro que pague, não há colo que resolva, não há música que salve. Era aqui mesmo que eu queria estar. Então tá tudo certo. Vem cá, me dá um abraço e vamos beber?

2 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns pelo teu aniversário e por estar bem resolvida com a sua maneira de lidar com a vida. Afinal, ela é a junção das responsabilidades que tomamos e das atividades que exercemos. Você me parece uma pessoa cheia de personalidade, o que é cabível com a sua forma sincera de agir e eu adoro pessoas assim!
Abraços.

Anônimo disse...

saudades dos meus 21... aproveita!