sábado, 22 de novembro de 2008

Dos Sentimentos I

Guardo meus sentimentos em potes. Eles são uma mistura azul brilhante para os bons e outra incolor para os maus. Vira e mexe um deles transborda, alguém bate, vaza e aí já viu: pareço uma explosão constante de ódio ou felicidade. Quando indagada sobre a cor dos meus sentimentos, não duvidei e disse:
- Porque azul é mais bonito. Verde pareceria meleca de nariz; amarelo, xixi; vermelho, sangue e por aí vai...
- Mas e se eu quiser verde? - a típica réplica.
- Então que seja o seu! - a típica tréplica.
Fui ter com o meu líquido azul essa semana. Junto com a cerveja joguei amigos e rios lá dentro, resultando num excesso de sentimentos que vazou por tudo quanto era lado. Em verdade, atacou-me o estômago de comichões pela falta dos braços e abraços. Eu, nesse ímpeto todo, acorrentada, sem poder fazer alguma coisa. Seríssimo.
De quando em quando voltava à cerveja para me distrair, mas estava mais calma que o normal. Os potes então tampados não suportaram e romperam-se. Só não houve chorumelas pelo acaso de a mistura dos líquidos ter sido homogênea. E também que eu estava sonolenta.

(17/11/08)

4 comentários:

André Almeida disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
André Almeida disse...

blue, I'm so blue.

posso ver a aura de algumas pessoas. a maioria de meus amigos tem a aura azul.
não pergunte.

lembrete: o alienista. era um guri pequeno e magrelo quando o li, mais novo que você, nem me recordava mais.
ainda sou pequeno e magrelo, só quis dar um tom nostálgico à coisa.

ß.

Unknown disse...

Acontece muito de eu ler teus textos e ficar sem ter o que dizer, a única coisa que me vem é "que coisa linda."

Duda de Oliveira disse...

And it's all over now, baby blue... :)