
É quando vejo aquela linha enorme verde-azulada, que sobe em "cês" para agitar e sinto aquele cheiro maravilhoso de sal, que tenho certeza absoluta de que a vida vale mesmo a pena. Tudo parecia ter sumido. Eu estava em outro mundo, bem mais bonito e azul. Toda aquela imponência que a 50 metros dos meus pés já se levantava fazendo um cê enorme que ia desaparecendo em espuma branca e barulhenta é linda!
Tenho medo das bocas que se formam quando os cês estão no auge da forma. Elas puxam você com fome, famintas, precisando de ti lá, imerso naquela água cristalina. Medo e respeito também, pois não gosto de dar as costas para as ondas lindas e verdes, acho que elas também não gostam e brigam contigo.
Pr'alguns, vacas, escorpiões, mortais, coisas não visíveis são deuses. Pra mim, é o mar. Achava que não acreditava em deus, mas hoje cheguei a conclusão que acredito sim, e muito. Que a minha divindade é o horizonte a perder de vista cheio d'água indo e vindo. Pobres daqueles que têm alergia à areia!
O mar... a imensidão azul.