terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

futilidade x intelectualidade

Ok, você só vê filmes tipo "cult"; lê jornal todo dia; quando mulher, não pinta as unhas nem usa maquiagem porque isso é muito ~fútil~; só se preocupa e conversa sobre assuntos relevantes para a sociedade e sobre cultura; é extremamente conhecedor da arte e de política.

Eu respeito.

Agora, não vem me julgando só porque gosto de filmes e seriados babacas como Gossip Girl, porque adoro maquiagem e me divirto quando acho cores e coisas novas pra usar, porque adoro pintar as unhas e tenho uns 20 esmaltes em casa, ou porque eu gosto de comprar coisas de qualidade.

Sou fútil por secar meu cabelo? Ah, peraí né?! Só porque não preciso cultivar essa arrogância e gosto de me sentir bonita sou babaca também? Como disse minha amiga, outro dia: a gente não pode gostar de se sentir bonita, tem que existir toda uma conspiração por trás disso. Tenho uma palavra que caracteriza bem: preconceito. Alô, galera, as pessoas podem ser bonitas e inteligentes. Todo mundo pode.

Aliás, gostar dessas coisas não é sinônimo de frescura. Não, eu não morro quando minha unha quebra - a não ser que quebre tanto que me machuque, e é por isso que tenho sempre uma lixa comigo, pra evitar machucados. Não, eu não tenho problema algum em chegar perto do barro, só não quero estragar meus sapatos bons, deixa eu usar os velhos pra essas coisas. Não, eu não gasto milhares de dinheiros com roupas caras, eu gosto de ter o básico. Sim, eu adoro coisas cheirosas como sabonetinhos especiais e hidrantantes, xampu e creme pro cabelo, que são coisas que me fazem sentir limpa e linda. Não, eu não grito quando vejo uma barata, nem um sapo, nem um rato, nem outro bicho desses comuns em casa. Sim, eu gosto de salada e como porque amo e porque acho saudável e me sinto bem assim, mas como coisas gordinhas também às vezes, não vejo mal nisso. Não, eu não tomo refrigerante, porque não gosto.

E por fim, eu também vejo filmes cult, leio jornal, adoro livros, escuto músicas estranhas, adoro arte, cultura e política. Mas não preciso tentar converter todo mundo a fazer isso também. E não preciso tentar converter as pessoas a usarem maquiagem ou usarem coisinhas cheirosas, o que eu considero cuidarem de si mesmas :) Cada um cuida de si do jeito que acha que deve ser feito.

Respeitem-me também.

Quando a gente aprende a enxergar a beleza (e não digo esteticamente) das outras pessoas, a gente consegue se relacionar melhor, aprender com quem a gente antes torcia o nariz, e deixa de ser chato. Acho eu que a gente impõe muitas "regras", sabe? Deixa a pessoa usar roupa neon, deixa a gordinha comer coxinha, deixa a menina ter monocelha... Quando passamos a estarmos felizes consigo mesmo não precisamos que os outros digam o que é certo e errado. E também não devemos dizer o que é certo e errado pras outras pessoas. Não é muita arrogância da nossa parte? Basta sermos seguros de si. Mas eita tarefinha difícil essa, né?

Um comentário:

lena muniz disse...

Ah! pensei que a patrulha ideológica fosse pra que todo mundo fizesse a unha e arrumasse o cabelo!
rsrrsrsrsr meio brincando, mas...tem alguém ainda no mundo que não é fútil? me apresenta?