"Se o sujeito libidinal moderno beneficia-se do afrouxamento das coerções tradicionais, não é por isso menos dirigido por novos modelos padronizados, tais como a obrigação de mostrar-se livre, chegar ao máximo do gozo, estar à altura dos padrões do desempenho erótico. Nos períodos anteriores, predominava a norma pudicícia; agora teríamos uma "liberdade imposta", uma "perseguição" inédita que nada mais é que a sexualidade e o "orgasmo obrigatório". (...)
Vocês pensavam ter conquistado a liberdade? Erro completo, visto que nossa cultura nos impõe metodicamente experimentar tudo, livrar-nos de nossos bloqueios e inibições, gozar ao máximo, tornar-nos uma espécie de atletas da libido. (...)
Foi assim que o direito ao prazer, incensado pela geração rebelde, se tornou intimação, uma "corvéia", uma espécie de produtivismo do gozo, análogo em seu princípio àquele que ordena o mundo industrial."
Um comentário:
seu blog é uma lindeza de inspiração, parabéns!
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