quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Zen e a arte da manutenção de motocicletas

Uma investigação sobre valores (isso foi a continuação do título)

"Quais são as novidades?" é a eterna pergunta, interessante e abrangente; mas, se só perguntarmos isso, obteremos uma série interminável de banalidades e modismos, o lodo do futuro. Eu prefiro me preocupar em perguntar: "o que é melhor?" É um questionamento mais profundo do que abrangente, cujas respostas tendem a lançar o lodo correnteza abaixo. (isso foi um trecho do livro)

Ok, eu to adorando o livro. E pensem, o que é melhor pra vocês? O melhor pra mim é pensar em mim e parar de pensar no que seria bom pros outros. Não posso ser segundo plano na minha própria vida, seria muita contradição pra uma pessoa só. Então, se eu estiver bem, ajudarei o máximo que puder.

O melhor pra todos nós seria pararmos de jogar água fora, separarmos o lixo, pensarmos com a cabeça. Não sei porque diabos nós somos tão nojentos! Que nojo da humanidade... (crise de Mafalda)

PS: Menino, se cuida que to muito preocupada contigo. Tanto que meus cachinhos alisaram por conta própria hoje. Qualquer dia desses me afogo nessa tua piscina azul! E, hei! Seja muito feliz por favor. Beijos em você.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Daqui a dez anos...

Cristal vai ser um nome famoso. Será uma menina-moça-mulher ainda, como sempre, desde seus 4 anos, a eterna velha. E como diz meu pai, sou apenas contemporânea dos meus amigos. Me vi hoje com uns 20 e tantos anos. Vou ser do tipo que tem vários piercings, várias tatuagens, come arroz integral e carne de soja, ama animais, mora na beira da praia e usa faixa no cabelo. Achou familiar? Pois é, floripa tá cheia de gente assim. Mas eu não me culpo, nasci ali.

Talvez eu vire suburbana também, e more em Curitiba. Mas não vou fumar, isso tenho quase certeza. Minhas unhas continuarão curtas e vermelhas. Vou ter um carro modelo antigo duma cor bem chamativa, tipo laranja-metálico ou verde-limão-metálico. Mas que fique claro que não quero chamar a atenção. Isso vale lembrar.

Quero uma galinha, um gato preto, um cocker preto e uma iguana. Pra morarmos todos juntos com meus móveis usados de quarto, minha sala com uma estante branca com lugar pro computador e umas plantas na varanda.

Tenho mais uma tatuagem para fazer agora, pra começar a transformação hippie moradora de Florips. Mãe e filha precisam também duma tatuagem já que pai e filha já o tem. Um coração nas costas vai ficar uma graça. Já o imagino pronto. E é claro que preciso de mais algum furo na orelha ou algo do tipo. Tô a muito tempo sem auto-mutilação-graciosa.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Eu me perco.

Sempre que começo a pensar, vou longe. Talvez minha imaginação seja poderosa.

>> citação de algum livro, eu acho

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Meu mundo

Meu mundo não é perfeito. Quem me dera se fosse. As cinco quadras que caminho pra ir até o trabalho são mais sujas do que eu poderia imaginar. Papéis espalhados, bitucas de cigarro, pedaços de jornal, caixas de comida, comida, chiclete, poeira, pés, pessoas, em suma, um monte de sujeira.
Esses dias eu fui à piscina e salvei uma libélula azul. Ela era linda e pequena, deveria ser um filhote. Adoro salvar animais na piscina, parece pouca coisa mas é bastante pra mim. A libélula é um bichinho engraçado.
Essas flores da foto são bonitinhas mas têm um cheiro ruim. Tirei antes ou depois do natal, não me lembro direito. Foi uma das que tirei do lugar, mas isso é outra história.

Hoje meu cachos sumiram, tadinhos. Quero eles!

domingo, 20 de janeiro de 2008

"O Cheiro do Mar" - 11/01/07

"O mar cheirava como uma vela inflada, dentro da qual água, sal e sol frio estivessem presos. Cheirava simples o mar, mas ao mesmo tempo cheirava grandioso e único, de tal modo que Grenouille vacilava em dividir os seus odores de peixe, de sal, de água, de algas, de frescor e assim por diante. Preferia deixar o cheiro do mar reunido, preservava-o como um todo na memória e o fruía indiviso. O aroma do mar agradava-lhe tanto que ele desejava recebê-lo um dia tão puro e sem mistura e em tal quantidade que nele pudesse embebedar-se. E mais tarde, ao ficar sabendo, através de narrativas, quão grande era o mar e que nele se podia navegar durante dias com navios sem ver terra alguma, nada mais o seduzia tanto quanto imaginar que estava num desses navios, lá em cima, na cesta da gávea, no mastro da frente, a voar aí dentro através do infinito aroma do mar, que, a rigor, nem era um aroma, mas um hálito, um sopro, o fim de todos os odores, e se desfazia de prazer nesse hálito." (O perfume, história de um assassino; Patrick Suskind)

"A Batalha" - 08/12/07

Nosso campo era azul. Um retângulo perfeito e do meu ponto de vista, era um losango. Era puro, limpo, todo azul. Logo começaram os bombardeios. No começo, sutis e discretos, ia tomando conta de todo o campo azul. Eu via tudo: dinossauros, pôneis, casas, tartarugas, jacarés, corações, inúmeros animais e figuras invadindo nosso campo azul retangular. Aos poucos elas acabavam desaparecendo também, e logo surgiam novos. Fiquei ali, de cabeça pra baixo observando toda aquela onda de ataques passar e se acalmar. Só uma figura que eu não consegui entender. Era a maior de todas, brilhava com a incidência dos raios solares e emanava um cheiro de pureza. Fiquei ali, tentando desvendar qual seria o mistério daquela fonte de personagens nas suas extremidades e de um poder tão grande quanto ela própria. Se tivesse que ser um sentimento, seria o amor. Se tivesse que ser alguém, seria eu.

Repostagem - 15/12/07

Meu olho fica em pulso com qualquer menção de anormalidade corriqueira. Não obstante, a barriga gela e a pele tende a arrepiar-se. Essa cidade me enlouquece! Sopros fortes de vento gelado, e não por não gostar o vento gelado, mas sim pelo frio sem casaco me arrepiaram até os pêlos da nuca. Num outro instante, 169 páginas lidas, a atmosfera já era nauseantemente quente e abafada. Não deixava de ser agradável, e o sol brilhava forte.
Queria encontrar novamente aqueles olhos tendenciosos e enigmáticos que me deixaram todas as vezes sem conseguir decifrá-los. Uma prova qualquer de coragem ou covardia, depende do interlocutor. Mas a questão é que de tempos em tempos eu sentia a vil necessidade de me suprir de voltas estomacais, ou simples sacolejos das asas das borboletas. Não fosse bastante, existe algo levemente pragmático que não condiz com minha racionalidade.
Entre meios e permeios, dois lados se chocam como se não tivessem mais o que fazer! Não seria de minha importância caso não fosse eu a juíza, espectadora, "entremeia" total da luta. Um dos lados vinha com artilharia pesada, e acabara por me acertar. Devia desclassificá-lo, então? Meu bom senso quis que sim, e não também. Mas já não sabia o que pensar.
Pensar era o que eu menos queria, afinal. Discórdia e manifestação vívida de uma não-apuração dos fatos recentes. Pois eu não acreditava no que via nem no que lia. E mais: receio que esperar não alcance os objetivos que pretendo alcançar. Mas não tendo outra escolha no momento, tendo a me calar.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Cachos

Tá bom, eu admito: eu amo cachinhos. Em homem ou eu mulher. Adoro como eles se mexem, como se arranjam, adoro até como as vezes se unem num só. Vamos lá: cachinhos são um charme e tanto! Loiros, ruivos, azuis, vermelhos, castanhos, pretos, rosas, amarelos...! Por isso gosto dos meus. 'Inda mais quando misturo o loiro com o resto. Ficaria horas olhando-os.
Eu até achava que cabelos lisos eram mais "gracinha", mas acabei preferindo os bagunçados cachinhos alheios. E talvez seja até por isso que sou apaixonada (leia-se sem interesse físico) por uns três meninos que conheço e têm cabelo cacheado. Eureka! Acho que cheguei a uma grande descoberta agora. Bom, que seja.
Cachos de cabelos caindo, mexendo, rebolando, dançando no horizonte. Que lindos! Cheiram a xampu de melancia, brilham como espelhos, se unem e separam. É uma dança bonita de se ver. Aos poucos vão hipnotizando, os dedos aparecem por entre os fios. Ora separam um cacho, ora formam outro. Alguns cachos são esticados e voltam como uma mola.
Se cabelo tivesse um som, seria de mar.

Detalhes pequenos e grandes, grandes e pequenas coisas. Às vezes um cacho pode fazer toda a diferença. Ou não. Sempre há o contra. Como começar a ler do último parágrafo, da última página, da última palavra. Veremos!

domingo, 13 de janeiro de 2008

Avião te dá orgasmo?!

Voltei pra casa. Bem, até agora não tão em casa assim. To na minha tia, mas amanhã volto pra MINHA casa mesmo. Vim de avião. Cara, se tem uma coisa que eu adoro é voar. Andar de avião. Sério. Aquele frio na barriga, a diferença de pressão conforme o avião vai subindo... A cidade vai ficando pequenininha, a praia aparece (isso porque estava em Florianópolis-SC), as casas vão desaparecendo. Ruim é quando a gente entra numa nuvem, e toda a visão vai desaparecendo. Dessa vez eu fui sentada do lado da janela e ninguém perto de mim. E como sempre, em cima da asa. Eu sempre sento em cima da asa do avião. Não pelo lado de fora, claro. É de certa forma irritante porque eu sempre fico com o pescoço doendo tentando enxergar o mundinho lá embaixo.
Quando o avião foi decolar hoje, fiquei com uma dúvida. Qual será a aceleração dele? Não que isso me importe muito, mas pensa: ele sai de 0km/s pra uma velocidade muito alta em alguns segundos. Chega a ser ridículo. Mas bom mesmo é quando o avião desencosta as rodas do asfalto e decola mesmo. Sério, é uma sensação muito da boa. É quase um orgasmo. Se bem que não sei o que é um orgasmo, mas deve ser parecido. Vai ver é por isso que tem tanta gente que gosta de fazer sexo no banheiro do avião. Definitivamente.
Quanto mais a gente sobe, mais bonito fica. É a verdadeira sensação de "estou no céu" sabe? Aquelas nuvens branquinhas branquinhas, parecendo algodão-doce. Sério, quero andar nas nuvens um dia. Nuvem deve ter cheiro de açúcar. Não por parecer algodão-doce, quer dizer, por isso também. Mas nuvem é tão dôce, no sentido literal da palavra. Cara, voar é bom demais. Depois que você atravessa nuvens, sobe mais um pouco e fica na parte azul-sem-nuvens do céu, é um orgasmo. Ou deve ser, sei lá, porque como já disse eu nunca tive um.
Pousar também é bom, mas eu prefiro decolar. Quando a aeronave encosta no chão é uma sensação estranha. É tipo: chegamos. Mas voar é tão bom que eu preferiria não chegar. Na real, acho que é porque o vôo dura só 50min. Não dá nem pra ver um filme! Isso de Floripa até Chapecó né. Enfim. Eu adoro as curvas que o avião faz quando vai pousar. Ou quando pega uma turbulência e chacoalha um pouco. Sério, é uma sensação bem gostosa.
Eu sempre saio do avião com uma sensação esquisita. Talvez seja o baque "welcome home". Mas é... Saber que não vou pegar nenhum ônibus 'Canasvieiras/Trindade' e descer no ponto do Ratones, subir uns metros, encontrar o Zeus e meu pai em casa. Comer, ir ver tv com a Lena, o Gabriel, a Lucila, a vó e o vô; depois voltar pra casa, ver um pouco de tv e ir pra cama. Talvez faça falta até a falta que faz, e as ligações, e as mensagens.

Só sei que eu quis. E 10 anos não fariam diferença se tivesse provado. Ou faria, sei lá. Nossa, mas eu quis muito cara. Coisa sedutora do caralho, próxima vez eu não sei se aguento! E olha que sou forte. Muito oxigênio nos pulmões pra aguentar. E olha que não bebi, só fiquei respirando tabaco um tanto demais.