Nosso campo era azul. Um retângulo perfeito e do meu ponto de vista, era um losango. Era puro, limpo, todo azul. Logo começaram os bombardeios. No começo, sutis e discretos, ia tomando conta de todo o campo azul. Eu via tudo: dinossauros, pôneis, casas, tartarugas, jacarés, corações, inúmeros animais e figuras invadindo nosso campo azul retangular. Aos poucos elas acabavam desaparecendo também, e logo surgiam novos. Fiquei ali, de cabeça pra baixo observando toda aquela onda de ataques passar e se acalmar. Só uma figura que eu não consegui entender. Era a maior de todas, brilhava com a incidência dos raios solares e emanava um cheiro de pureza. Fiquei ali, tentando desvendar qual seria o mistério daquela fonte de personagens nas suas extremidades e de um poder tão grande quanto ela própria. Se tivesse que ser um sentimento, seria o amor. Se tivesse que ser alguém, seria eu.
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